Após aproximadamente dois anos consecutivos enfrentando os impactos da pandemia de Covid-19, o Brasil finalmente começa a mostrar sinais de recuperação no setor do ensino superior. Este momento é propício para analisar o cenário como um todo e avaliar as tendências para planejar os próximos passos.
Neste artigo, trazemos um resumo de alguns dados específicos e relevantes sobre o ensino superior no Brasil, contidos na 14ª edição do Mapa do Ensino Superior do Brasil, uma publicação anual do Instituto Semesp.
Panorama Atual do Ensino Superior
O Instituto Semesp divulgou sua edição anual do Mapa do Ensino Superior do Brasil, que apresenta um panorama completo e detalhado, abrangendo tanto a modalidade presencial quanto a educação a distância, nas redes privadas e públicas de todo o país. Esta edição contém informações extremamente relevantes para entender o cenário do ensino superior e se preparar para as tendências deste segmento.
Crescimento de Matrículas no Brasil
Devido à pandemia, a educação como um todo foi profundamente impactada, e as matrículas no ensino superior não foram exceção. Entre 2019 e 2021, o crescimento do número de matrículas foi muito baixo, inferior a 5%. Somente em 2022 começaram a aparecer indícios de recuperação, especialmente na rede privada, que registrou um aumento de 6,6%. Desde 2021, as matrículas em cursos de ensino superior entraram em uma curva ascendente, e os números indicam que pode haver um crescimento ainda maior até o final de 2024, gerando otimismo no setor.
Os dados sugerem que os cursos presenciais podem voltar a crescer e atrair novos alunos, já que houve um aumento no número de ingressantes nessa modalidade. Por outro lado, o ritmo de crescimento da educação a distância (EAD) tem diminuído, indicando uma possível estabilidade nas matrículas dos cursos EAD nos próximos anos. De 2020 para cá, o percentual do número de matrículas em EAD tem caído, assim como o número de polos de ensino a distância. Entre 2023 e 2024, o aumento do número de polos foi de 10,8%, comparado a 46,6% no período anterior.
Considerando esse cenário de recuperação de matrículas presenciais e uma possível estabilização do EAD, é crucial avaliar os próximos passos de investimento, seja em campanhas de matrícula, na disponibilização de novos cursos presenciais, ou em investimentos na modalidade a distância. É fundamental entender para onde o segmento está se direcionando para realizar investimentos mais assertivos.
Cursos Mais Procurados
A área de “Negócios, Administração e Direito” continua liderando em número de alunos, mas os cursos de “Serviços” assumiram a liderança em maior percentual de matrículas em instituições privadas (89,6%). De forma geral, Direito, Psicologia, Enfermagem e Medicina aparecem como os cursos mais procurados, enquanto na EAD, os cursos de Pedagogia, Administração, Contabilidade e Sistemas de Informação encabeçam a lista.
As matrículas nos cursos da área de “Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)” foram as que mais cresceram de 2021 para 2022 na rede privada (28,1%), impulsionadas pelo aumento de alunos nos cursos EAD. Isso resultou, inclusive, no aumento da participação de jovens entre 18 e 24 anos na modalidade, que normalmente atrai um público de faixas etárias mais elevadas.
Embora os cursos EAD tenham atraído mais ingressantes nos últimos anos, enfrentam uma alta taxa de desistência, o que explica a estabilidade no número de concluintes e indica os desafios dessa modalidade.
Desafios e Perspectivas
Um ponto de destaque é a situação dos cursos de licenciatura. Pesquisas revelam que esses cursos representam 17,7% do total de matrículas, com Pedagogia concentrando quase metade dos estudantes. O relatório aponta para um potencial, futura escassez de professores em áreas como Química, Física e Biologia, além de destacar a predominância de alunos mais velhos na EAD.
Especialistas comentam sobre a falta de interesse dos jovens pela carreira docente e discutem maneiras de reverter essa tendência. A pesquisa inédita “Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil” mostra que 79,4% dos docentes já consideraram deixar a profissão.
A publicação é um conteúdo exclusivo para Associados Semesp. Para conferir mais informações, e acessar a versão completa, basta acessar o site semesp.org.br.