Os últimos dois anos foram extremamente desafiadores para as instituições educacionais de todo o país (e do mundo), e em especial para as escolas e faculdades particulares. Mas se por um lado foram muitas as perdas, como a grande evasão de alunos para o sistema público de ensino e os longos períodos de receita reduzida, também muito se ganhou durante a pandemia, principalmente no que se refere ao avanço e uso da tecnologia na educação.
O período de escolas fechadas por conta da Covid-19 mostrou como a tecnologia tornou-se uma aliada importante. Consequentemente, as edtechs, empresas que trabalham com soluções tecnológicas e inovadoras na área da educação, tiveram grande impulso e alcançaram um patamar de protagonismo no cenário de startups.
Segundo balanço conduzido pelo Cieb (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil) que analisa dados coletados entre 2019 e 2021, o número de edtechs avançou 26% no Brasil, durante a pandemia de Covid-19, e representa hoje 57% das startups de maior destaque no país.
As edtechs trabalham com soluções que procuram implementar tecnologia no dia a dia de todos os envolvidos no setor, de alunos a professores, a pais e gestores. Os trabalhos desenvolvidos envolvem desde aplicativos específicos para o ensino de determinada disciplina até sistemas mais complexos de gestão.
Plataformas de ensino, games educativos, cursos online, softwares de conferência online e sistemas de comunicação digital ganham cada dia mais adeptos e tornam-se cada vez mais peças fundamentais nas estruturas das instituições educacionais de todos os níveis.
E se as edtechs já podem ser consideradas uma tendência consolidada, com a chegada e expansão do 5G no Brasil esse mercado deve crescer ainda mais. O acesso facilitado e de boa qualidade, em localidades onde a internet ainda é um luxo atualmente, vai ampliar exponencialmente o mercado consumidor de educação por canais digitais e impulsionar ainda mais o setor.
Porém, com o enorme incremento na oferta de soluções e ferramentas digitais, faz-se necessário, por parte das instituições, desenvolver critérios de avaliação e acompanhamento dessas novas tecnologias, para evitar o desperdício de tempo e recursos com sistemas que podem não se adequar ao perfil e às necessidades específicas de cada escola ou faculdade.